Estimativas apontam que 40% dos clientes de prédios premium optam pela personalização do futuro lar
POR G.LAB

Sala ampliada. Abrir o ambiente foi a opção do comprador de um apartamento do Blanc 260, em Botafogo Foto: Opportunity| Divulgação

No mercado imobiliário, o cliente tem sempre razão. Para adequar os imóveis ao gosto de cada um, as incorporadoras facilitam a personalização ainda na planta. O comprador pode escolher os acabamentos e alterar a divisão interna desde que o projeto aprovado na prefeitura seja respeitado. As estimativas indicam que, nos prédios premium, cerca de 40% dos clientes optam por dar um toque pessoal ao futuro lar.

As vantagens são muitas, segundo o arquiteto Sylvio Pinheiro, diretor operacional da consultoria G+P Soluções, pois não há desperdício de material. A construtora entrega o imóvel como o cliente gostaria de recebê-lo, sem depender de adaptações posteriores.

— Quando o apartamento fica pronto, é entrar e morar. E o cliente mantém a garantia da incorporadora. Se fizer obras por conta própria, corre o risco de perder esse seguro — ressalta ele, informando ainda que algumas construtoras já trabalham com planilha de crédito e débito, que computa o custo das alterações e permite o acerto no final se for o caso.

Esse é o sistema adotado pela D2J Construtora, que investe firme em imóveis personalizados. No Five Lagoa Premium House, na Fonte da Saudade, o Garden (apartamento térreo) foi vendido rapidamente, com um pedido especial do comprador: trocar a piscina por um chuveirão. Segundo o diretor da construtora, Daniel Afonso, pedidos de mudanças assim são raros.

No Self, empreendimento de estúdios em Copacabana, um comprador pediu para transformar duas unidades em uma e saiu com o imóvel dos sonhos. Já outro cliente queria unir apartamentos em andares diferentes. Não deu.

— Há pedidos que exigem reforço estrutural, buraco na laje, modificações que implicariam com toda a logística da obra. Nesses casos, não dá para atender — explica.

Reverter o quarto de empregada em escritório é um pedido clássico, assim como trocar revestimento, fechar varandas e instalar kit churrasqueira. Para Thiago Portela de Andrade, diretor da JB Andrade Imóveis, a personalização durante a obra tem vantagem para o cliente, pois a alteração de alvenarias tem um custo muito baixo.

— Mudar acabamentos também gera vantagem de preços, já que a construtora compra diversos produtos direto da fábrica e pode ter redução de até 50% no valor final — informa.

Ambiente único

Mesmo em empreendimentos comerciais, a personalização ganha força. O Marias, que a Mozak lança este mês, em Ipanema, permite juntar duas salas em um ambiente só. A proposta é que o espaço de trabalho também atenda às necessidades de cada um.

O CEO da Start Investimento, Eric Labes, faz um alerta: personalizar é bom, mas o consumidor não pode ignorar que uma casa ou apartamento fazem parte do patrimônio e precisam ter valor de venda.

— Há duas mudanças campeãs: transformar duas suítes em uma master e criar espaço gourmet na cozinha. Mas o excesso de personalizações pode inviabilizar a negociação posterior do imóvel — alerta.

Nos empreendimentos do Opportunity, o cliente pode conferir opções de plantas e acabamentos sugeridos no site do My Choice de forma interativa e visual.

No Hub Coliving, residencial da construtora no Centro, 70% dos compradores de estúdios escolheram o piso em porcelanato na cor amadeirada.

— A maioria dos acabamentos opcionais é feita sem custo adicional para o cliente — explica o gestor do Fundo de Investimento Imobiliário, Jomar Monnerat.